Ansiedade



   Sabemos que a ansiedade faz parte do ser humano, ela nos auxilia e nos incentiva em muitas situações da vida. Porém, quando ela ultrapassa um certo limiar, em vez de ajudar o organismo, passa a atrapalhá-lo.
   “A ansiedade faz parte do existir do ser humano, motivando-o a novos desafios ou aprisionando suas ações e desejos.”
   Quando se ultrapassa um certo limiar da ansiedade, o estado de alerta é exagerado, o sistema neuro-hormonal se descontrola e manifestam-se receios, expectativas e preocupações em grau intenso, juntamente com sintomas físicos.

O que a Psicanálise diz da Ansiedade?

   Todos os modelos psicanalíticos da ansiedade patológica a veem como uma revivência de situações arcaicas, que, por motivos variados, são reativados em algum momento da vida. A primeira situação vivida de ansiedade que sentimos é o desamparo no nascimento (sentimento natural). O olhar psicanalítico de maneira simbólica passa a entender que em nossa vida existem não só um nascimento, mas muitos. O nascimento de uma nova fase da vida, o nascimento de um novo trabalho, o nascimento do amadurecimento, o nascimento de algum enfrentamento, e quando existe junto a isso um desamparo sentido pela pessoa, este acaba sendo um “gatilho” para desencadear todas essas sensações arcaicas inconscientes.
   Muitos descrevem a ansiedade como um “terror ou pavor sem nome”, uma sensação de não conseguir se conter.

Transtorno do Pânico

   Caracteriza por crises recorrentes de ansiedade grave, de início súbito e sem motivação, com duração de poucos minutos.
   Apresentam palpitação, dor no peito, tontura, despersonalização ou desrealização, dormência, formigamentos, falta de ar, medo de perder o controle ou enlouquecer e sensação de morte iminente.
   Quando uma pessoa tem uma crise do pânico e não consegue identificá-la (O que é muito comum), acabam parando no pronto-socorro. Existe uma enorme dificuldade em descrever o que sentiram, termos como perder a cabeça, perder o controle, enlouquecer ou morrer. Sentem que algo terrível esta acontecendo e que esta totalmente a mercê desse “algo” e que absolutamente nada pode ser feito. Se tem maior sensibilidade corporal, efetuam a descrição de sintomas físicos. As crises atingem seu auge em 5 a 10 minutos, em seguida os sintomas diminuem, mas o paciente permanece aterrorizado com medo delas se repetirem.
   Como consequência das crises de pânico, a pessoa passa a se observar intensamente e muitas vezes evitam situações onde não podem ser socorridas ou de difícil saída (agorafobia), como multidões, lugares fechados ou muito amplos, pontes, túneis, estradas, barcos, ônibus.

   O trabalho psicoterapêutico tem função de ajudar o paciente a trazer para a consciência a ansiedade como forma de expressão e investigar ligações entre as crises com o momento de vida da pessoa.

   “As vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe. E ele conta. Com a calma e a clareza que tem. “ (Ana Jácomo)



Fonte: 
Souza, J. C.; Guimarães, L. A. M.; Ballone, G. J. (Orgs)  Psicopatologia e psiquiatria básicas.
Eizirik, C. L., Aguiar, R. W., Schestatsky, S. S. (Col.) – Psicoterapia de orientação analítica, fundamentos teóricos e clínicos.

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