Nossos Bloqueios


  
O ser humano é um ser que por essência busca algo a mais, busca crescer, busca aprender e ir mais alto, busca questionar a vida e o universo.
A essência do ser humano é “gourmet”, deixe explicar, nós não queremos apenas comer um arroz e feijão, queremos um arroz e feijão saboroso, temperado, enfeitado, perfumado, e por aí vai, nós não nos satisfazemos em estar aqui neste mundo apenas por estar, e sim questionar e buscar sentido na vida, criar sentido com nossa cultura, nossa filosofia, a arte, etc...
Nossa essência busca sempre algo para melhorar e se aperfeiçoar, nós gostamos disso e isso é essencial para evoluirmos. Mas isso só é possível quando vamos suprindo nossas necessidades primárias.
Porem o ser humano não é apenas esta pulsão de ir além, somos seres ansiosos, alguns mais, alguns menos, e temos esta grande “adversidade” nos atrapalhando, digo adversidade em aspas, pois a ansiedade em um certo grau é boa e nos ajuda a sair do lugar. Cada um tem o seu limite de ansiedade boa e ansiedade ruim dentro de si, cabe sabermos reconhecer até onde ela nos ajuda e quando ela começa a atrapalhar. 
Como diz a citação abaixo:
 “A ansiedade faz parte do existir do ser humano, motivando-o a novos desafios ou aprisionando suas ações e desejos.”
Enfim, voltando a questão de que o ser humano é um ser que busca algo a mais, o que alem da ansiedade pode nos atrapalhar?
Nossos bloqueios.
Nossos bloqueios limitantes muitas vezes inconscientes nos fazem agir ou pensar de forma que não gostamos, prejudicando nossa real expressão de ser no mundo, impedindo nosso eu verdadeiro, gerando muitas vezes uma sensação de vazio e superficialidade.
Vamos imaginar um exemplo que eu gosto muito, quando você tinha 5 anos de idade, sua mãe falava que você não podia atravessar a rua sozinho, isso cabia para uma criança de 5 anos, porem não cabe para um adulto. Este exemplo simples é para entendermos que algumas idéias, regras, crenças, colocadas para nós cabiam apenas em um momento da nossa vida.
Mas não é assim tão fácil, pois além das “crenças” que combinavam com algum momento da vida, existem crenças que não fazem sentido algum em nenhum contexto e mesmo assim foram colocadas e invadiram nosso jeito de ser.
São verdades que não são nossas, pré-conceitos, rotulações impostas a nós.
Quando sou uma criança e escuto alguém falar para mim: “nossa ele é tão bagunceiro, só faz coisa errada” Posso passar a vida toda acreditando que sou assim e só faço coisa errada, mesmo que tenha amadurecido neste aspecto.
Ou quando um pai diz para uma filha: “uma mulher de valor não usa batom”, imaginem o que isso pode acarretar a longo prazo? Em acreditar em verdades distorcidas, em anular a expressão de sua feminilidade quando adulta e se sentir culpada quando usa um batom.
Além das nossas auto-crenças, as quais criamos, por exemplo em um termino de relacionamento, onde a autoestima foi destruída.
Tudo isso pode estar impedindo você de ter sucesso tanto na vida pessoal ou profissional. Gerando uma sensação de culpa e não merecimento.
Quando não estamos bem desenvolvido emocionalmente ou estamos fragilizados emocionalmente, alguns padrões de funcionamento de pessoas próximas podem provocar inconscientemente a falta de expressão do seu eu verdadeiro, muitas vezes até a falta de desenvolvimento dele,  impedindo você ser quem você realmente é, e de nascer para o mundo.
É comum sentirmos medo e receio, principalmente de viver coisas novas, mas só vamos saber se estamos prontos se experimentarmos viver.
A vida em si é movimento, nós somos movimento, estamos o tempo todo nos transformando, cabe buscar sua melhor versão de si, deixar os julgamentos e as rotulações de lado para expressar seu jeito de ser.
E estar mais consciente de que algumas crenças que temos podem estar atrapalhando e aprisionando o seu próprio desenvolvimento e criatividade, quanto mais nos conhecemos, menos nos influenciamos com a opinião dos outros. Não que ver o olhar do outro seja ruim, longe disso, pode ser de grande valia, pois só crescemos realmente em contato com o outro e com o mundo, mas que este olhar não anule o seu próprio olhar consigo mesmo.
Todos nós temos potencial, cada um do seu jeito, ninguém é igual a ninguém, então diminua as vozes que te limitam, absorva só o que combina com você e transforme o que precisa ser transformado, escute a sua força de vida, a pulsão que faz tudo buscar sentido, alimente esta força, só você sabe como alimentá-la. 

"Os indivíduos, se forem saudáveis do ponto de vista emocional, podem desenvolver o senso de existir, podem realizar alguns de seus potenciais pessoais, e podem brincar." (Donald Woods Winnicott)

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